terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Anita Malfatti

Segundo a wikipedia:
<<Anita Catarina Malfatti (São Paulo, 2 de dezembro de 1889 — São Paulo, 6 de novembro de 1964), filha do engenheiro italiano Samuele Malfatti e de mãe norte-americana Betty Krug, nasceu com atrofia no braço e na mão direita.  Aos três anos de idade foi levada pelos pais a Lucca, na Itália, na esperança de corrigir o defeito congênito. Voltando ao Brasil, teve a sua disposição uma governanta inglesa, que a ajudou no desenvolvimento do uso da mão esquerda e no aprendizado da arte e da escrita.
Nesse meio tempo seu pai faleceu e, sem recursos para o sustento dos filhos, sua mãe passa a dar aulas particulares de idiomas e também de desenho e pintura.  Chegou a submeter-se à orientação do pintor Carlo de Servi para ensinar suas discípulas com mais segurança.  Anita acompanhava as aulas e nelas tomava parte.  Foi sua própria mãe quem lhe ensinou os rudimentos das artes plásticas. 
Anita tinha umas amigas, as irmãs Shalders, que estavam prestes a viajar à Europa para estudar música.  Assim surgiu a ideia de acompanhá-las à Alemanha e seu tio e padrinhoaceitou financiar a viagem.  Ali recebeu a sugestão para estudar no ateliê do artista Fritz Burger, um retratista que dominava a técnica pontilhista ou divisionista. Foi o primeiro mestre de Anita. Nessa época ela ingressou na Academia de Belas Artes de Berlim.  Anita estava cada vez mais interessada pela pintura expressionista, desejava aprender sua técnica.
De volta a São Paulo, ao mostrar suas obras, nada acadêmicas, Anita tentava explicar os avanços da arte na Europa, onde os jovens haviam levado às últimas consequências as conquistas vindas do impressionismo.
Mais uma vez, financiada pelo engenheiro e arquiteto Jorge Krug, embarca para os Estados Unidos: "Aí começa o período maravilhoso de minha vida. Entrei na Independent School of Art de Homer Boss, quase mais filósofo que professor.{…} O maior progresso que fiz na minha vida foi nesta ilha e nesta época de ambientes muito especiais.  Eu vivia encantada com a vida e com a pintura."  Nas férias de verão, Homer Boss levou os alunos para pintar na costa do Maine Foi nessa pitoresca região que pintou, entre outras, a belíssima paisagem intitulada "O farol".
As obras que a pintora trouxe dos Estados Unidos, deixaram em sua família uma sensação tão grotesca, que o mal estar durou por anos. É fato que o assunto tornou-se "tabu" entre os membros da família e Anita diria depois laconicamente: "Quando viram minhas telas, todos acharam-nas feias, dantescas, e todos ficaram tristes, porque não eram os santinhos dos colégios.  Guardei as telas."
Em 1917 Anita resolveu promover sua segunda exposição individual.  "A princípio foram os meus quadros muito bem aceitos, e vendi, nos primeiros dias, oito quadros.  Em geral depois da primeira surpresa, acharam minha pintura perfeitamente normal.  Qual não foi a minha surpresa quando apareceu o artigo crítico de Monteiro Lobato."
"A estudante" (1915-1916), Museu de Arte de São Paulo
"Há duas espécies de artistas.  Uma composta dos que veem normalmente as coisas e em consequência disso fazem arte pura… Se Anita retrata uma senhora com cabelos geometricamente verdes e amarelos, ela se deixou influenciar pela extravagância de Picasso e companhia - a tal chamada arte moderna."Após a crítica de Lobato, as telas vendidas foram devolvidas, algumas quase foram destruídas a bengaladas. 
"A Mulher de Cabelos Verdes"
A primeira voz que se levantou em defesa da pintora foi a de Oswald de Andrade.  Ele elogiou o talento de Anita e a parabenizou pelo simples fato dela não ter feito cópias.
"O Homem amarelo"
Pouco depois, jovens artistas e escritores, começando a entender aquele jeito diferente de pintar e possuídos pelo desejo de mudança que as obras de Anita suscitaram, uniram-se a ela.  Anita estava feliz entre o círculo modernista, uma vez que ele vinha ao encontro de suas aspirações artísticas, entraria também para o comentado grupo dos cinco.
Apesar da mágoa, Anita ilustrou livros de Monteiro Lobato.
Marco divisório entre o antigo e o novo, a obra de Anita constitui uma inestimável contribuição para a cultura brasileira.

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