domingo, 22 de setembro de 2013

Catarina II da Rússia, a Grande

    "Em 22/9/1762, a alemã Sophie Friederike Auguste von Anhalt-Zerbst sobe ao trono do império russo, como "Catarina II".  Foi uma imperatriz déspota russa de 1762 (33 anos) até sua morte em 1796.
   Como era costume nas cortes alemãs da época, a jovem princesa recebeu uma excelente educação de duas governantas francesas.  Sofia era muito culta, falava fluentemente o francês e tocava piano e violino.  Ao chegar ao Rússia, não se poupou em esforços para se integrar com o seu futuro marido e com o povo russo. Esforçou-se por aprender a língua russa com tanto afinco que, costumava levantar-se ao meio da noite e andar descalça de um lado para o outro do quarto a repetir as suas lições. 
    A escolha de Sofia para esposa do futuro czar Pedro de Holstein-Gottorp resultou de uma quantidade generosa de negociações diplomáticas.  Catarina conheceu Pedro aos dez anos de idade e parece ter achado o príncipe detestável desde o primeiro encontro. Não gostou da sua tez pálida e do gosto por álcool que já demonstrava nesta tenra idade.
    O pai da princesa Sofia, um luterano muito devoto, opôs-se firmemente à conversão da filha à Religião Ortodoxa.  Apesar dos seus pedidos, a Igreja Ortodoxa Russa recebeu Sofia com o novo nome de Catarina Alekseyevna.  No dia seguinte, realizou-se uma cerimônia formal de noivado e o planejado casamento dinástico aconteceu em São Petersburgo quando Sofia tinha 16 anos.
     Pedro subiu ao trono como Pedro III da Rússia e Catarina tornou-se imperatriz-consorte da Rússia. O casal imperial mudou-se para o novo Palácio de Inverno em São Petersburgo.  Pouco depois de estar seis meses no trono, a guarda imperial revoltou-se, depôs Pedro e proclamou Catarina como governante da Rússia.  Pedro III morreria 3 dias depois, assassinado pelo irmão do amante de Catarina.  Teve vários amantes que colocava frequentemente em altas posições do governo.  Após o caso amoroso com o seu amante e conselheiro Gregório Alexandrovich Potemkin ter acabado, este alegadamente passou a escolher candidatos para amantes da imperatriz que tivessem tanto beleza física como inteligência para a satisfazer.  Sempre preferiu manter o título de "imperatriz-viúva" do que se casar com outro.
    Catarina subiu ao poder após uma conspiração que depôs o seu marido, o czar Pedro III e, o seu reinado foi o ponto alto da Nobreza Russa.  A imperatriz não achava prático melhorar as condições de vida dos seus súditos mais pobres.  Durante o seu reinado, os direitos dos camponeses nos estados desapareceram na lei e na prática.  Comprava apoios no governo através de promoções-relâmpago.
    Após a Revolução Francesa de 1789, Catarina rejeitou muitos dos princípios do Iluminismo que antes tinha defendido.  Durante o seu reinado, o Império Russo:

  • alargou as fronteiras para sul e para o ocidente;
  • melhorou a sua administração e continuou a modernizar-se (criaram-se as primeiras notas promissórias do governo russo - os rublos);
  • tornou-se conhecido como uma das maiores potências europeias. 
    Ansiava por ser reconhecida como uma soberana iluminista.  Museu Hermitage começou a partir da coleção privada da imperatriz.  Sob seu estímulo, foi escrito um manual para a educação de crianças, inspirando-se nas ideias de John Locke.  Criou um programa geral para a educação dos súbditos de ambos os sexos.  Continuou a investigar as teorias e práticas educacionais de outros países e levou a cabo várias reformas educacionais.  Forçou a criação de escolas nas províncias criou uma rede de liceus e escolas primárias que funcionavam a duas velocidades nas capitais de estado e que eram de frequência gratuita para todas as classes sociais livres, o que excluía o servos.  Também exigiu que os súditos fossem educados em todas as idades. 
    Catarina juntou Voltaire à sua causa e manteve correspondência com ele durante 15 anos, até a morte dele em 1778.  Apesar de ela nunca o ter conhecido pessoalmente, ficou de luto pela sua morte, comprando toda a sua coleção de livros aos seus herdeiros, colocando-a na Biblioteca Nacional Russa.
    Catarina explorou o cristianismo na sua política antiotomana, promovendo o acolhimento e proteção de cristãos. Colocou restrições aos católicos romanos, mas assim mesmo, acolheu um grande número de jesuítas expulsos na época de vários países europeus, incluindo Portugal.  Igreja Ortodoxa Russa teve suas terras apropriadas pela coroa e o orçamento de todos os mosteiros e bispados passou a ser controlado.  Tentou fazer com que os membros deste setor voltassem à religião oficial do império mas, quando eles se recusaram, Catarina enviou vinte mil "Velhos Crentes" para a Sibéria.
Os muçulmanos foram expressamente proibidos de possuir servos ortodoxos e foram pressionados a converter-se à religião ortodoxa através de incentivos financeiros.   Depois da publicação do édito "Tolerância Para Todas as Crenças" em 1773, os muçulmanos passaram a ter permissão para construir mesquitas e praticar todas as suas tradições.   Ao criar novas cidades com mesquitas, Catarina esperava dar um lugar fixo aos nômades do império.  O judaísmo foi uma religião minoritária e quase inexistente na Rússia até 1772, quando Catarina permitiu que os judeus se separassem da sociedade ortodoxa com certas restrições, taxando impostos mais altos a famílias judaicas. Se uma família se convertesse à religião ortodoxa, passava a ficar isenta desta taxa e passava a ter permissão para entrar na classe mercantil e a adquirir propriedades como qualquer outro cidadão livre.  Em 1785, Catarina declarou que os judeus eram oficialmente estrangeiros com direitos estrangeiros.  Nos seus últimos anos de vida, Catarina corrigiu a sua opinião e prometeu liberdade religiosa a qualquer pessoa que desejasse viver na Rússia.
"Deitem o meu corpo vestido de branco, com uma coroa dourada na cabeça na qual deve estar inscrito o meu nome cristão.  O luto deve durar seis meses, nada mais, quanto menos tempo, melhor.""


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