terça-feira, 24 de setembro de 2013

Medeia

Na mitologia gregaMedeia era filha do rei da Cólquida (Eetes) e foi, por algum tempo, esposa de Jasão
É uma das personagens mais terrivelmente fascinantes desta mitologia, ao envolver sentimentos contraditórios e profundamente cruéis, que inspiraram muitos artistas ao longo da história - na esculturapinturateatrocinemaópera e etc.
Tudo começa quando Jasão chega à Cólquida (na nave Argo) para reivindicar o "Velocino de ouro" para si. Eetes promete-lhe o velocino, desde que o herói cumprisse uma tarefa.  Jasão teria de lavrar um campo com dois touros monstruosos e indomados, de cascos de bronze e que expeliam fogo pelas narinas, que lhe tinham sido oferecidos por Hefesto.  Em seguida, teria de semear no campo lavrado, os dentes de um dragão que fora morto em tempos passados.  Segundo alguns relatos, Hera, protetora de Jasão, pediu a Afrodite que enfeitiçasse Medeia para se apaixonar por Jasão.  Assim, Medeia apaixonada, passa a ajudar o herói.  Em troca, Jasão se casaria com Medeia e a levaria consigo.  Então, Medeia oferece ao estrangeiro um unguento que deveria usar no corpo e no seu escudo, tornando-o invulnerável ao fogo e ao ferro durante um dia - o suficiente para enfrentar os touros e lavrar o campo.  Medeia adverte-o que, dos dentes de dragão, nascerá uma seara de soldados que se virarão contra ele e que tentarão matá-lo.  Contudo, Medeia, conhecedora da história de Cadmo (que matara o dragão), dá-lhe a simples solução para o problema: basta lançar de longe uma pedra para o meio desse exército. Os soldados entrariam em discussão sobre quem atirara a pedra e matariam uns aos outros. Com tais conselhos, Jasão executou as tarefas com facilidade e voltou a reclamar o "velo de ouro" a Eetes. 
Furioso, Eetes resiste e tenta frustrar de novo os intentos do argonauta, tentando incendiar a nau Argo, de onde este viera, além de pretender matar a sua tripulação. Antes disso, é novamente Medeia quem ajudara Jasão a escapar desse destino, ao adormecer com narcóticos, o dragão que guardava o "velo de ouro".  Conseguem, assim, fugir da Cólquida com o tesouro almejado.
É então, que o lado cruel de Medeia se revela pela primeira vez.  Quando partem, Medeia leva consigo Apsirto, seu irmão, sabendo que não tardaria que seu pai lhes fosse no encalço.  Para o atrasar, mata o irmão e despedaça-o, dispersando seus restos mortais pelo caminho, sabendo que o pai tentaria recolher cada pedaço para lhe dar a sepultura devida.  O crime fá-los incorrer, contudo, na ira de Zeus que afasta a expedição da sua rota.  Então, é a própria nau Argo, que ganha o dom da fala, e que os informa que terão de ser ritualmente purificados do crime cometido contra Apsirto, junto de Circe, tia de Medeia (filha do deus Helios - o Sol).  Param algum tempo junto da feiticeira que os purifica, mas Circe não aceita a permanência de Jasão no seu território.
Em Corinto, já com filhos de Jasão, Medeia foi alvo da intriga do rei Creonte, que influenciou Jasão a deixá-la, de modo a casá-lo com a sua filha, Creúsa (ou Glauce).  Tendo Creonte convencido Jasão, tratou de banir Medeia de Corinto.  Esta, contudo, antes de abandonar a cidade, ainda conseguiu vingar-se, novamente aliando astúcia com magia.  Fez chegar às mãos de Creúsa um vestido e jóias - um presente literalmente envenenado.  Assim que a sua rival se vestiu, sentiu o seu corpo invadido de um fogo misterioso que logo se espalhou para o seu pai, que a tentou socorrer, bem como para todo o palácio.  Em sua fuga para Atenas, Medeia não teve possibilidade de levar consigo os filhos, que perante a negligência de Jasão, foram apedrejados até à morte pela família de Creonte, como vingança (ou, a própria Medeia mata os filhos antes de fugir, não num acesso de loucura, mas num ato de fria e premeditada vingança em relação ao marido infiel).
Em Atenas casa-se com o Rei Egeu. Eles tiveram um filho, Medo.  Medeia e Medo voltam para a Cólquida, e descobrem que Eetes tinha sido deposto por seu irmão Perses.  Medeia e Medo matam Perses, e Medo se torna rei da Cólquida.

Medeia de Eugène Delacroix

Medeia de Paul Cézanne

Hefesto, deus da guerra


Velocino de ouro

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