quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Maria Antonieta

Segundo a wikipedia:
<<Maria Antônia Josefa Joana de Habsburgo-Lorena (Viena, 2 de novembro de 1755 - Paris, 16 de outubro de 1793) foi uma arquiduquesa da Áustria e rainha consorte de França e Navarra
Nascida no Palácio Imperial de Hofburg, Maria Antonieta era a penúltima dos dezesseis filhos da imperatriz Maria Teresa da Áustria e de Francisco I, Sacro Imperador Romano-Germânico.  Batizada Maria Antônia Josefa Joana, era tratada em família e na corte pelo apelido afrancesado de Antoine.   Aos 12 anos, Antônia não falava nem escrevia corretamente os idiomas francês e alemão e só falava elegantemente o italiano graças aos esforços de seu professor mas destacou-se especialmente por sua forma graciosa e refinada de dançar.   A arquiduquesa, embora bela e inteligente, também era descrita como preguiçosa e indisciplinada e não tinha o conhecimento necessário para desempenhar o papel de rainha.  Foi, então, submetida a um programa educacional projetado especialmente para ela.  O programa obteve bons resultados e o tutor ficou encantado com os progressos de Antônia.
Casou-se aos quatorze anos de idade, com o então delfim de França (que subiria ao trono com o título de Luís XVI), numa tentativa de estreitar os laços entre os dois inimigos históricos e, teve seu dote fixado em 200 mil coroas (com igual valor em jóias).
A arquiduquesa aos 14 anos de idade, no retrato oficial enviado a Versalhes. Pastel de Joseph Ducreux (1769).
Seguida por um suntuoso cortejo de cinquenta e sete carruagens, Maria Antonieta deixou Viena permanentemente.  Embora devesse esquecer suas origens austríacas e tornar-se uma francesa de corpo e alma, a jovem delfina preferiu seguir as instruções de sua mãe, que lhe ordenou no momento da despedida: "Continue sendo uma boa alemã".
Em um pavilhão de madeira construído especialmente para a ocasião em uma pequena ilha no Reno, teve lugar a cerimônia da remise, durante a qual Maria Antonieta trocou seus trajes austríacos pelos franceses.
O casal viu-se pela primeira vez e a delfina notou que seu marido era muito diferente do descrito durante as negociações de casamento: era desajeitado, inábil e já bastante forte para sua idade.  Os retratos enviados para a Áustria haviam favorecido grandemente sua aparência.
Detestada pela corte francesa, onde era chamada L'Autre-chienne (uma paronomásia em francês das palavras autrichienne, que significa "mulher austríaca" e autre-chienne, que significa "outra cadela"), Maria Antonieta também ganhou gradualmente a antipatia do povo, que a acusava de perdulária e promíscua e de influenciar o marido a favor dos interesses austríacos.  Maria Antonieta se dava conta de que seu marido havia se casado sob coação e que a aliança franco-austríaca, que sua mãe procurava por todos os meios manter, não era bem vista por todos em Versalhes.  Provavelmente, era devido aos seus preconceitos que Luís Augusto, muitos meses após o casamento, ainda não havia tocado a delfina.  A imperatriz Maria Thereza criticava constantemente a filha por sua incapacidade em despertar paixão no marido (que raramente dormia com ela) e de promover os interesses da Casa d'Áustria.
Com apenas 18 anos, Maria Antonieta tornou-se rainha da França. Ao saber da notícia, Maria Teresa escreveu ao embaixador Mercy: "O destino de minha filha não pode ser grandioso nem muito infeliz. Creio que seus melhores dias se foram!" 
Em sua vida privada, Maria Antonieta estava insatisfeita: seu casamento, para grande desagrado da imperatriz, não tinha sido consumado e as esperanças de nascimento de um herdeiro para o trono desapareciam. Sob a fachada de frivolidade e alegria da rainha estava a melancolia de uma mulher frustrada e insatisfeita.  Isto gerou a circulação de panfletos que destacavam a impotência do rei e à busca do prazer sexual pela rainha, tanto com homens como com mulheres.  Entre os amantes atribuídos à Maria Antonieta estavam seus amigos mais próximos: a princesa de Lamballe e seu cunhado, o conde d'ArtoisA popularidade da rainha começou lentamente a declinar e começaram a circular panfletos escandalosos, principalmente pornográficos, contra ela, que passou a ser chamada de Madame Scandale.
O imperador austro-húngaro José II, passou a criticar a irmã por sua frivolidade, seu desperdício e suas amizades.  Em carta ao irmão Leopoldo, o imperador declarou: "Ainda é muito infantil e essencialmente pura e virtuosa.  José II deixou várias recomendações por escrito, intencionalmente exageradas, a fim de assustar sua irmã e fazê-la adotar um estilo de vida mais sério.  Graças aos conselhos fraternos, Maria Antonieta se reaproximou do rei e, 7 anos após sua oficialização, o casamento foi  consumado.  Maria Antonieta deu à luz uma menina (sendo seu parto assistido por toda a corte, como determinava a etiqueta da época) que recebeu o nome de Maria Teresa Carlota.
Pintura de Elisabeth Vigée-Le Brun (1779)
Após a reforma, Maria Antonieta passou a habitar o palacete Petit Trianon, longe da sufocante etiqueta de Versalhes e dos escândalos dos cortesãos.
Em 22 de outubro de 1781, para alegria do rei e da nação, a rainha deu à luz o tão desejado sucessor ao trono, que recebeu o nome de Luís José.  Depois de dar um herdeiro ao Estado, Maria Antonieta poderia legitimamente ser considerada a rainha da França.  Ainda que a felicidade pelo nascimento do delfim tenha se espalhado por todo o país, não impediu a circulação de panfletos satíricos que questionavam a paternidade da criança.
Numa prolongada fase depressiva pós aborto espontâneo, Maria Antonieta sofreu grande influência da duquesa de Polignac, que conseguiu obter dela a nomeação de Charles Alexandre de Calonne como controlador-geral de finanças.  A política desastrosa de Calonne levou a França à completa insolvência e, nos anos seguintes, tornou-se um dos maiores inimigos da rainha.
Em 27 de março de 1785, nasceu o terceiro filho do casal real, que foi batizado como Luís CarlosNesse meio tempo, a rainha cortou parte de suas despesas e adotou um estilo de trajar mais sóbrio e adequado à uma soberana.  Grávida pela quinta vez, Maria Antonieta deu à luz seu quarto filho, uma menina prematura que recebeu o nome de Maria Sofia Helena Beatriz.
O rei, porém, caiu em depressão profunda e Maria Antonieta, que nunca havia aspirado ao poder, viu-se obrigada a abandonar sua vida frívola e tratar dos assuntos de Estado.  Surpreendentemente, a política da rainha revelou-se radicalmente anti-austríaca, demonstrando que sua principal preocupação era a estabilidade da França para o bem de seus herdeiros, os Fils de France.  A redução dos gastos não melhorou sua popularidade, mas afastou-a de seus amigos e a população passou a compará-la a Fredegunda e Isabel da Baviera, as mais terríveis e odiadas rainhas de França.
A política do rei, que exilou o parlamento de Paris, favoreceu aqueles que apoiavam seu primo, o duque de Orléans.  Do Palais-Royal, sua residência em Paris, o duque começou uma intensa campanha contra a coroa e, especialmente, contra a rainha, de quem o duque sentia um ódio particular.
Após a eclosão de vários tumultos o rei, anunciou sua intenção de convocar os Estados Gerais, tradicional órgão legislativo que não era convocado desde 1614.
Várias revoltas eclodiram por toda a França: padarias foram saqueadas e as tropas foram enviadas para abrir fogo contra a multidão.
Nessa época, a principal preocupação da rainha, era a frágil saúde do delfim Luís José, num estágio avançado de tuberculose que lhe havia provocado o encurvamento da coluna vertebralPermaneceu em Meudon (Château de Meudon foi um palácio, localizado na comuna de Meudon, Île-de-France, atualmente um município suburbano a Oeste de Paris. Foi residência de Louvois e, mais tarde, do Grande Delfim) ao lado do filho, até a morte deste, na noite de 4 de junho, aos oito anos de idade.  O casal real velou o corpo do filho por toda a noite mas, devido as regras de etiqueta, não puderam assistir aos funerais na Basílica de Saint-Denis.
Fachada oeste da Basílica de Saint Denis
No desfile de abertura dos Estados Gerais, Maria Antonieta foi o principal alvo da multidão que gritava à sua passagem, a frase: "Viva o duque de Orléans".
A situação começou a evoluir de forma violenta, quando a Assembleia Nacional passou a exigir mais e mais direitos a Luís XVI que, por sua vez, tentava limitar e reprimir o poder do Terceiro Estado.  A rainha e os irmãos do rei exigiram a imediata dissolução dos Estados Gerais, de preferência com a prisão dos militantes mais destacados do Terceiro Estado.  Maria Antonieta, que não compreendia as aspirações do povo, acreditava que os distúrbios eram provocados por terceiros, que incitavam os súditos a lutar contra a coroa. Em sua concepção, numa monarquia absoluta não havia lugar para deputados eleitos exercerem o poder legislativo.  Em 11 de julho, ocorreram inúmeros distúrbios que culminariam com a Tomada da Bastilha, três dias mais tarde.
Nas semanas que se seguiram, muitos dos monarquistas conservadores fugiram da França por temerem uma onda de assassinatos.  Mesmo angustiada por saber que sua vida corria perigo, Maria Antonieta decidiu ficar para ajudar o marido a restabelecer a tranquilidade, embora o poder do rei tivesse sido progressivamente limitado pela Assembleia Constituinte.
Em 1 de outubro, foi oferecido no Palácio de Versalhes um jantar em honra do Régiment de Flandres (regimento de infantaria regular do exército real), evento que foi noticiado em Paris como orgia anti-revolucionária.  Em 5 de outubro, uma multidão armada, composta em sua maioria por mulheres, marcharam sobre Versalhes para exigir pão e apresentar uma petição ao rei. Na manhã de 6 de outubro os apartamentos reais foram invadidos, havendo mortes entre os manifestantes e os guardas. A família real, então, foi forçada a voltar para Paris, sendo alojada no Palácio das Tulherias e sob a vigilância.
Palácio das Tulherias, cerca de 1865
Apesar da situação, a rainha continuou a desempenhar suas funções na distribuição de esmolas e nas cerimônias religiosas, mas dedicava a maior parte de seu tempo aos filhos.
Em fevereiro de 1790, Luís XVI foi forçado a aprovar a Constituição.  Nessa época começaram os contatos entre o soberano e o conde de Mirabeau, um nobre simpatizante da revolução que decidiu ajudar a monarquia, orientando-a para um modelo constitucional. No exterior, Luís XVI e Maria Antonieta eram vistos pelos monarquistas emigrados como traidores da causa monárquica enquanto, em Paris, o rei era visto como um traidor nação e, como tal, merecedor da pena de morte.
Pastel inacabado de Alexandre Kucharsky mostrando Maria Antonieta pouco antes da Fuga de Varennes.
No canto inferior esquerdo pode-se ver o golpe da baioneta de um revolucionário
Em 21 de junho de 1791, a família real tentou fugir para os Países Baixos Austríacos mas, a poucos quilômetros da fronteira, próximo à cidade de Varennes-en-Argonne, foi reconhecida, presa e levada de volta a Paris.  Durante a viagem de volta, foram atacados e insultados.
Finalmente, em 14 de setembro de 1791, o rei ratificou a primeira constituição francesa.
Em 20 de junho de 1792, o povo em armas atacou pela primeira vez o Palácio das Tulherias e os membros da família real foram novamente insultados.  Em 10 de agosto houve o mais sangrento ataque ao palácio, que marcou a derrocada final da monarquia francesa. No ataque morreram todos os guardas suíços (Cent-Suisses) do rei e, a família real se refugiou na Assembleia Nacional. 
Luís XVI foi deposto e a monarquia abolida em 21 de setembro de 1792.  Por ordem da Comuna, os soberanos, seus filhos e a irmã do rei foram encarcerados e transferidos para Torre do Templo (construída pela Ordem dos Templários a partir de 1240, durante o reinado de São Luís, ela converte-se a seguir em uma prisão). 
Poucos meses depois, iniciou-se o processo que condenou Luís XVI à morte na guilhotina, em 21 de janeiro de 1793, na atual Place de la Concorde, em Paris.
Luís XVI na Torre do Templo, por Jean-François Garneray
Nove meses após a execução de seu marido, Maria Antonieta foi julgada, condenada por traição e guilhotinada em 16 de outubro de 1793.
Alguns acadêmicos e estudiosos acreditam que ela tenha tido um comportamento frívolo e superficial, atribuindo-lhe o início da Revolução Francesa; no entanto, outros historiadores alegam que ela foi retratada injustamente e que as opiniões ao seu respeito deveriam ser mais simpáticas.>>
Túmulo de Maria Antonieta na Basílica de Saint-Denis

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