sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Revolta da Chibata

Segundo a wikipedia:
<<A Revolta dos Marinheiros, ainda conhecida como "Revolta da Chibata", foi um movimento de marinheiros da Marinha do Brasil, planejado por cerca de dois anos e que culminou com um motim que se estendeu de 22 até 27 de novembro de 1910 na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, à época a capital do país, sob a liderança do marinheiro João Cândido Felisberto.
 
Os castigos físicos, abolidos na Marinha do Brasil um dia após a Proclamação da República (1889), foram restabelecidos no ano seguinte (1890) por um decreto nunca publicado no Diário OficialOs marinheiros nacionais, quase todos negros ou mulatos comandados por um oficial branco, em contato cotidiano com as marinhas de países mais desenvolvidos à época, não podiam deixar de notar que as mesmas não mais adotavam esse tipo de punição em suas belonaves. 
Ainda na Grã-Bretanha, o marinheiro João Cândido Felisberto formou clandestinamente um Comitê Geral para organizar a revolta, que se ramificaria depois em vários comitês revolucionários para cada navio a entrar em motim.  Foi originalmente marcada para dez dias depois da posse do Presidente eleito da República, Hermes da Fonseca, que ocorrera no dia 15 de Novembro de 1910.  Entretanto, a punição aplicada ao marinheiro Marcelino Rodrigues Menezes do Encouraçado Minas Gerais, precipitou o início da revolta.  Por ter trazido cachaça para bordo e, em seguida, ter ferido com uma navalha o cabo que o delatou, o marinheiro Menezes foi punido com duzentos e cinquenta chibatadas, na presença da tropa formada, ao som de tambores, no dia 21 de Novembro.  Essa punição provocou uma indignação da tripulação.  Os comitês revolucionários decidiram que a tomada dos navios se daria na noite do dia 22.  A ideia não era matar oficiais, mas rendê-los enquanto estivessem dormindo.
Na ocasião rebelaram-se cerca de 2400 marinheiros contra a aplicação de castigos físicos a eles impostos (as faltas graves eram punidas com 25 chibatadas), ameaçando bombardear a cidade. Durante o primeiro dia do motim foram mortos marinheiros infiéis ao movimento e cinco oficiais que se recusaram a sair de bordo, entre eles o comandante do Encouraçado Minas Geraes, João Batista das Neves.
Ao sinal de canhão que informava que o encouraçado Minas Geraes estava sob controle dos marinheiros mais 6 navios de guerra aderiram ao levante: os encouraçados São Paulo (o segundo maior navio da Armada à época) e Deodoro, o cruzador Bahia, e mais quatro embarcações menores ancoradas na baía no decorrer da noite.
"Não queremos a volta da chibata. Isso pedimos ao presidente da República e ao ministro da Marinha. Queremos a resposta já e já. Caso não a tenhamos, bombardearemos as cidades e os navios que não se revoltarem."
O governo respondeu inicialmente por meios telegráficos que não confabulava com revoltosos.  João Cândido então ordenou tiros de canhão sobre o Palácio do Catete, sede do Poder Executivo, e sobre a Câmara dos Deputados que, à época, ficava na Rua da Misericórdia.
No dia 25 de Novembro, o então Ministro da Marinha, almirante Joaquim Marques Batista de Leão expediu a ordem: "hostilize com a máxima energia, metendo-os a pique sem medir sacrifícios."  No mesmo dia, entretanto, o Congresso Nacional aprovou a anistia para os revoltosos.
Estes, então, depuseram armas e entregaram as embarcações. Entretanto, a 28 de novembro, foi feito um novo decreto, que permitia que fossem expulsos da Marinha aqueles elementos "inconvenientes à disciplina".
Duas semanas depois de os rebeldes terem se rendido e terem desarmado os navios, obtendo do governo um decreto de Anistia, eclodiu o que a Marinha denomina de "segunda revolta".
Em combate, num arremedo de motim num dos navios que não aderiram à Revolta pelo fim da Chibata, morreram mais um oficial e um marinheiro. Esta "segunda revolta" desencadeou uma série de mortes de marinheiros indefesos, ilhados, detidos em navios e em masmorras, além da expulsão de dois mil marinheiros.
No Congresso, parlamentares levantaram a possibilidade de esta "segunda revolta" ter sido encomendada, ou no mínimo fomentada pelo Governo Federal (Presidente, Marinha, Exército e simpatizantes no Congresso), pois foi o Governo o maior beneficiado, com o estado de sítio, que não somente lhe permitiu excluir 2.000 marinheiros e matar um número estimado em duas centenas de marinheiros, como também afastar os adversários políticos, que ficaram a favor da Anistia dos marinheiros rebeldes, como o candidato à presidência derrotado, Rui Barbosa, isolando-o em São Paulo.
O Almirante Negro, como foi chamado pela imprensa, foi internado no Hospital dos Alienados em Abril de 1911, como louco e indigente.>>
 

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