<<É o movimento na história italiana que buscou entre 1815 e 1870 unificar o país, que era uma coleção de pequenos Estados submetidos a potências estrangeiras.
Napoleão Bonaparte criou diversos estados na península Itálica: Reino da Etrúria, Reino de Itália (1805-1814) e entregou o governo do Reino de Nápoles ao seu irmão, nomeado José I.
Durante o domínio napoleônico, formou-se na Itália uma resistência que contou com membros de uma organização secreta – a Carbonária. A Carbonária, uma sociedade mais ou menos maçônica, surgiu em Nápoles, dominada pelo general francês Joaquim Murat, cunhado de Bonaparte. Seu objetivo, era combater a intolerância religiosa, o absolutismo e defender os ideais liberais. Lutava contra os franceses, porque as tropas de Napoleão haviam iniciado uma espoliação da Itália. Com a expulsão dos franceses, a Carbonária queria unificar a Itália e implantar os ideais liberais.
Após o Congresso de Viena que se seguiu à derrota de Napoleão, e a liquidação do sistema, a península Itálica ficou dividida e subjugada.
A Áustria dominava a Lombardia, Vêneto e Istria; os ducados de Parma e Piacenza, Módena e Toscana eram regidos pelos arquiduques austríacos; o Piemonte, que integrava o Reino de Sardenha junto com o Ducado de Saboia e Gênova, era governado pela casa de Saboia; o Papa governava os Estados Pontifícios, estendendo sua autoridade às províncias do Adriático, e os Bourbons voltavam ao Reino das Duas Sicílias. Em todas essas regiões, foi estabelecido o absolutismo.
Entretanto, as ideias nacionalistas e revolucionárias continuavam propagando-se, incentivadas pelo progresso econômico e o amadurecimento das instituições. O incremento da produção têxtil do Reino da Sardenha exigia um vasto mercado que somente poderia ser a Itália unificada. As ferrovias favoreceram as comunicações e, com elas, a unidade dos diversos Estados. Outro elemento aglutinador era a língua italiana. Os italianos podiam estar separados pelas fronteiras, com monarcas estrangeiros impostos pela Santa Aliança, mas ninguém podia despojá-los do idioma de Dante, Petrarca e Boccaccio. Por outro lado, o romantismo, que se identificou na Itália com o Risorgimento letterario, adquiriu um claro poder político. Onde não se tolerava a crítica, empregava-se a sátira.
A primeira fase do Risorgimento (1848-1849), foi incentivada pelo liberal Carlos Alberto da Sardenha, que havia assumido o trono da Sardenha e que se tornara o governante de Piemonte em 1831. Em 1847, Camilo Benso, o Conde de Cavour, começou a editar um jornal chamado Il Risorgimento, influenciando largamente o rei.
Convicto da necessidade de expulsar os austríacos da Lombardia e de Veneza, declarou guerra à Áustria em 1848, contando unicamente com suas próprias forças, sendo derrotados em Custozza (1848) e Novara. (1849). As condições de paz eram humilhantes para serem aceitas e, acreditando que sua utilidade para o país havia terminado, Carlos Alberto abdicou em 23 de março de 1849 em favor de seu filho Vitor Emanuel II (1849-1878) e se exilou em Portugal, vindo a morrer meses depois.
A segunda fase, em 1859-1860, prosseguiu no processo de unificação e concluiu com a declaração da existência de um Reino de Itália.
Na luta sobre a futura estrutura da Itália, a monarquia, na pessoa do rei do Piemonte-Sardenha, Vítor Emanuel II, da Casa de Saboia, apoiado pelos conservadores liberais, teve sucesso quando em 1859-1861 se formou a Nação-Estado, sobrepondo-se aos partidários de esquerda, republicanos e democráticos, que militavam sob Giuseppe Mazzini e Giuseppe Garibaldi.
Completou-se com a anexação de Roma, antes a capital dos Estados Pontifícios, em 20 de setembro de 1870.
A desejada unificação da Itália se deu assim sob a Casa de Saboia, com a anexação ao Reino de Sardenha, da Lombardia, do Vêneto, do Reino das Duas Sicílias, do Ducado de Módena e Reggio, do Grão-ducado da Toscana, do Ducado de Parma e dos Estados Pontifícios.>>
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